Professor diagnosticado com câncer é tratado por ex-alunos formados em medicina há mais de 15 anos: 'Tranquilo e confiante'
15/10/2025
(Foto: Reprodução) Formados em medicina há mais de 15 anos, ex-alunos tratam de professor com câncer
Diagnosticado com câncer de próstata em 2023, um professor e pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) viu o conhecimento, que um dia ensinou, ser colocado em prática ao ser operado e tratado contra a doença pelos ex-alunos, formados em medicina há mais de 15 anos.
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Atento à própria saúde, o professor livre-docente em imunologia, Luiz Carlos Mattos, contou em entrevista que iniciou o acompanhamento urológico aos 40 anos, após casos de câncer de próstata na família.
Em 2022, os resultados dos exames começaram a acender o alerta. O diagnóstico, no entanto, foi confirmado no ano seguinte. Desde então, foi operado, recebe atendimento e é acompanhado por ex-alunos. O professor, inclusive, não precisou de quimioterapia.
Apesar da notícia da doença, Luiz Carlos revelou que tinha conhecimento de que o diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento. Além disso, o que poderia ser um momento de apreensão, se transformou em confiança quando teve contato com os profissionais que cuidaram da saúde dele.
“Me senti muito tranquilo e confiante, pois sabia de antemão a competência dos profissionais. Não me sinto um paciente, mas, sim, um amigo. O respeito, a atenção, o carinho e, sobretudo, o comprometimento que estes profissionais demonstram se traduzem em confiança e segurança para minha condição de saúde”, reforça o professor.
Com acompanhamento médico, o professor segue lecionando e pesquisando. Além da cirurgia para remoção total do tumor, feita em agosto de 2023, o acompanhamento clínico segue com ex-alunos.
🩺 Professor que inspira a carreira
Médico oncologista Fábio Leite com o paciente e antigo professor, Mattos, em Rio Preto (SP)
Rita Fernandes/Famerp/Divulgação
Entre os ex-alunos, está o médico oncologista Fábio Leite, formado na Famerp em 1995, há 30 anos. O profissional revelou que recebeu o convite para tratar o câncer do próprio professor com honra.
Fábio comentou que se recorda das aulas e da didática do professor, que os levou a escolher as trajetórias profissionais. Além de médico, Fábio também atua como docente na Famerp.
“O professor nos marcou pela sua didática. Hoje, enquanto professor, procuro seguir seus ensinamentos na transmissão de conhecimentos aos meus alunos. Todos passamos pelas mãos de professores, em alguma ou algumas fases da nossa vida. No caso especial do professor Mattos, poder caminhar com ele e, de alguma forma, ajudá-lo, é uma honra”, reflete Fábio.
🫀 'Gesto de gratidão'
Marcelo Nakazone faz o acompanhamento cardiológico do professor da Famerp, em Rio Preto (SP), Luiz Carlos de Mattos
Rita Fernandes/Famerp/Divulgação
Outro aluno responsável pelos cuidados de Mattos é o cardiologista Marcelo Nakazone, formado em 2006, há 19 anos, pela Famerp. Segundo ele, cuidar de quem o ensinou foi um momento marcante, carregado de emoção.
Embora não tenha o acompanhado durante o procedimento cirúrgico, vem, desde então, conduzindo o acompanhamento clínico e o ajuste terapêutico voltado à prevenção e ao bem-estar cardiovascular.
“Apesar da grande responsabilidade que isso traz, considero essa oportunidade uma forma genuína de retribuir parte do que recebi em minha formação. É, ao mesmo tempo, um gesto de gratidão e de reconhecimento a ele e a todos os professores”, reforça o cardiologista.
Marcelo Nakazone com o paciente e ex-professor, Luiz Carlos de Mattos, em Rio Preto (SP)
Rita Fernandes/Famerp/Divulgação
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